Os impactos da construção da A32 a nascente da freguesia da Branca ao nível dos recursos hídricos irão pôr em causa a existência de 35 nascentes de água, provocando graves reflexos na actividade agrícola.
Um levantamento efectuado sobre as nascentes de água (ao longo da encosta onde está prevista a A32, numa extensão de 2 700 metros) revelou existir 21 minas de nascentes de água, 13 pontos de inspecção e limpeza, linhas de água temporárias e pequenos canais de rega.
Com a implantação da auto-estrada, a cortar a encosta da freguesia, toda a riqueza hídrica nascente da Branca irá desaparecer independentemente das soluções técnicas que vierem a ser implementadas para o restabelecimento das nascentes de água.
«Qualquer intervenção feita nesta zona, nomeadamente a implantação de uma via deste tipo (auto-estrada) na encosta terá impactos irreversíveis», lê-se na contestação técnica elaborada pela Associação do Ambiente e Património da Branca (Auranca) no âmbito da consulta pública do processo da A32.
A associação chama a tenção para o facto do traçado Alternativa 5 se implantar «numa área de encosta sobranceira ao povoado cujo desenvolvimento agrícola sempre se sustentou na riqueza hídrica funcionando como base de abastecimento de água para a tradicional actividade agrícola».
A Auranca sublinha que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) não faz referência aos recursos hídricos bem como aos impactos que a via terá nos aquíferos, nascentes e linhas de água que «irão ser afectados pelas inevitáveis escorrências de hidrocarbonetos mais ou menos concentrados provenientes da faixa de rodagem da via, com a agravante de todo o perímetro urbano se localizar a cota inferior a este traçado».
Outros impactos poderão reflectir-se na infiltração de produtos perigosos no solo, resultante de acidentes de viação com derrame de materiais.