A disponibilidade da Estradas de Portugal (EP) em alterar pontualmente o traçado da A32 na freguesia da Branca (Albergaria-a-Velha) é, para a Associação do Ambiente e Património da Branca, um sinal de alguma flexibilidade face à luta que a Auranca vem travando há mais de um ano.
Apesar da aparente flexibilização da EP, suscitada pela caravana em marcha lenta que ligou no último domingo a freguesia da Branca à cidade de Aveiro, os dirigentes da Auranca garantem que não irão retirar ou diminuir o nível de contestação ao traçado.
«A abertura da EP em proceder a alterações ao traçado revela o efeito do importante combate que a Auranca e a população vêm travando desde 2008 no sentido de defender os interesses da maior freguesia do concelho de Albergaria-a-Velha», afirma Joaquim Santos, da Comissão de Acompanhamento da A32.
No entanto, para este responsável, «o objectivo da população mantém-se, ou seja, a contestação é para continuar até que estejam assegurados os interesses da Branca que passam pela alteração do traçado», sublinha.
«A Auranca está consciente de que as acções desenvolvidas contra o traçado na freguesia estão a começar de produzir efeitos mas a sua luta será levada até ao fim, só terminando quando a EP proceder à alteração do projecto, respeitando a vontade da população», alerta Joaquim Santos.
No decurso da caravana automóvel do último domingo a empresa liderada por Almerindo Marques, através da directora regional de Aveiro, anunciou estar disposta a proceder a alterações através do gabinete de projectos.
No entanto, um dia após a manifestação, a anunciada reunião entre a responsável de Aveiro da EP e a direcção da Auranca ficou aquém das expectativas: De um lado a Estradas de Portugal a reafirmar a sua disponibilidade em proceder a alterações pontuais no traçado, do outro, a Auranca a mostrar insatisfação pela abertura demonstrada não corresponder aos anseios da população.
«Estaremos atentos e não deixaremos de continuar a lutar por aquilo que entendemos ser a legítima defesa da encosta da Branca, da sua paisagem, dos recursos hídricos e do património ambiental, histórico e social dos seus 6 500 habitantes», afirma Joaquim Santos.
«Em agenda manter-se-ão, assim, as iniciativas já tomadas no âmbito da nossa luta bem como serão reforçados todos os contactos estabelecidos com as forças políticas», adianta.